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À tarde é bem bom
Crónica

O golfe after-work, depois do trabalho, é um prazer que poucos praticam em Portugal  

Em Maio o sol põe-se às 20h30, no dia 1 e às 20h55 no dia 31. No final de Junho o Sol põe-se às 21h05 e assim se mantém, mais minuto menos minuto, até ao dia 18 de Julho.

Jogar uma partida de golfe de 9 buracos, a partir das 17h00, é um coisa perfeitamente possível, agradável, com luz ótima e uma temperatura amena.

Perante esta benesse da natureza, por que não fazê-lo com mais assiduidade? Será que é necessário ficar no escritório até às 18 horas ou até às 19h30 para não se apanhar engarrafamento para casa? Será que não é mais proveitoso sair às 16h30, chegar ao campo de golfe, jogar um match com um amigo e desfrutar de uma bebida antes de regressar a casa? A felicidade está mais à mão do que muitas vezes se pensa.

Vem tudo isto a propósito de uma iniciativa que a Indy Golf (associação de golfistas independentes) decidiu realizar este ano: um campeonato de match play after-work, ou seja, depois do trabalho. 

As premissas que motivaram esta iniciativa foram enunciadas logo no início desta crónica. E ao prazer de jogar, acrescentou-se o prazer do match play, onde o resultado de buraco para buraco é imprevisível e permite um final de tarde ainda mais bem passado.

(Um aparte: alguns estarão já a dizer: Zé, estás a puxar a brasa à tua sardinha, neste caso a Indy Golf! Sim, estou, mas isto não é impeditivo que daqui para a frente não se faça mais este tipo de jogos.)

Temos bons campos, temos bom clima, temos até possibilidade de gerir melhor os nossos tempos diários, somos pessoas sociáveis, então por que não tirar partido de uma coisa de que gostamos, o jogo do golfe?

Mais: de manhã os campos estão cheios, mas ao fim da tarde parecem um jardim onde quase ninguém passeia. Outra razão ainda: com a procura dos fins-de-semana muitos jogadores acabam por não encontrar a hora ideal para jogar nesse período.

O golf afterwork pratica-se há muito noutros países que não possuem as nossas condições de clima e de disponibilidade. Por vezes não vemos o tesouro que temos à nossa frente.

Dirão alguns puristas: golfe são 18 buracos. Recordo: um dos primeiros campos de golfe, o Leith Links (hoje Muirfield), tinha 5 buracos em 1744, depois passou a ter 9 buracos; St. Andrews tinha 22. E reduziu para 18, por ser extenso. Ah e até 1759, o golfe só se jogava em match-play. É claro que os tempos hoje são outros. Mas o prazer continua a ser o mesmo. E jogar 6, 9, 12 ou 18 buracos não deve ser algo que deve preocupar em excesso.

Ao fim da tarde, fazer partidas de 9 buracos é algo que o bom senso diz ser possível e agradável.

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*nota: José Carlos Rodrigues é presidente da Indy Golf, Associação de Golfistas Independentes de Portugal

 

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