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Lima junta-se a Melo Gouveia no Rio de Janeiro
18/07/2016 17:53 HUGO RIBEIRO/FPG
Filipe Lima há 10 anos com a bandeira de Portugal / © Hélder Santos/AS Press

Dois jogadores portugueses garantidos no regresso do golfe aos Jogos Olímpicos

Portugal vai ter dois representantes no torneio olímpico de golfe de 2016 e hoje (segunda-feira) Filipe Lima recebeu uma comunicação oficial da Federação Internacional de Golfe (IGF) a confirmar a sua presença. 

Entretanto, João Coutinho, diretor-técnico nacional (DTN) da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), foi à sede do Comité Olímpico de Portugal (COP) para oficializar a inscrição do golfista profissional português. 

Filipe Lima, de 34 anos, junta-se, assim, a Ricardo Melo Gouveia, de 24 anos, que desde o passado dia 11 de julho vira confirmada a informação da sua entrada no torneio olímpico, por ser o 35º classificado do ranking olímpico à data de fecho do sistema de elegibilidade. 

“Representar Portugal nos Jogos Olímpicos significa… é tudo, não é? Eu não entendo os jogadores que não aceitaram ir, porque é a forma mais importante de representarmos o nosso país. Desde pequenino que assisto aos Jogos Olímpicos. Nunca pensei que o golfe voltasse a ser um desporto olímpico e que eu iria ter a sorte de jogá-los. É fantástico”, disse ao Gabinete de Imprensa da FPG o português nascido em Versalhes e residente em Saint-Germain-en-Laye, nos arredores de Paris. 

Currículo desportivo de respeito 

Filho de portugueses dos concelhos de Barcelos e Póvoa de Varzim, emigrados em França, Filipe Lima representa Portugal desde outubro de 2004, defendeu as cores nacionais em duas edições da Taça do Mundo de profissionais (Vilamoura 2005 ao lado de António Sobrinho e Melbourne 2013 com Ricardo Santos). 

É um dos melhores golfistas portugueses de sempre, com 7 títulos internacionais: o Aa Saint-Omer Open do European Tour (1.ª Divisão europeia) em 2004, o Segura Viudas Challenge de España do Challenge Tour (2.ª Divisão europeia) em 2004, o ECCO Tour Championship do Challenge Tour em 2009, o Najeti Open do Challenge Tour em 2016, o Masters13 do Alps Tour (3.ª Divisão europeia) em 2004 e 2005, e uma Segunda Fase da Escola de Qualificação do European Tour em 2003. 

A vitória deste ano em França, no Najeti Open, em França, permitiu-lhe galgar no ranking mundial do 765.º para o 370.º lugar e foi isso que o colocou imediatamente como suplente na lista de inscritos do torneio olímpico. Filipe Lima atingiu a sua melhor classificação de sempre em 2005, quando foi 183.º, e esta semana surge no 392.º posto. A desistência de vários golfistas profissionais levou-o a entrar no torneio olímpico. 

Ser pai, regressar às vitórias e apurar-se para o Rio 2016 

O português residente em França tem estado atento ao sucesso do desporto português em várias modalidades depois do Campeonato da Europa de futebol: “Quando um país levanta a cabeça, como aconteceu com este resultado fantástico do futebol, faz com que todos os desportistas acreditem que é possível. Essa crença faz uma enorme diferença, o pessoal acha que é mais competitivo, é bom.” 

“Quando eu comecei a jogar golfe por Portugal foi nisso que pensei. Queria fazer bons resultados para que os jovens vissem e começassem a ganhar mais. Queria ter feito mais ainda do que fiz mas isto ainda não acabou”, acrescentou o atual 17º classificado na Corrida para Omã, o ranking do Challenge Tour. 

Depois de ter competido várias épocas no European Tour, Filipe Lima viveu um período menos bom, em parte devido a uma crónica lesão nas costas que o forçou a uma intervenção cirúrgica em setembro de 2014. 

Mas no início deste ano as boas notícias começaram a chegar: primeiro porque a sua mulher, Isabel, também luso-descendente em França, deu à luz em janeiro a primeira filha do casal, Charline, depois com o triunfo no Najeti Open em junho e agora, um mês depois, com a qualificação para os Jogos Olímpicos. 

“Assim que soube que o golfe iria voltar aos Jogos Olímpicos, quis representar Portugal no Rio. Não estava na melhor forma mas nunca deixei de pensar nisso e a verdade é que as coisas correram bem. A vitória recente puxou-me ainda mais para cima”, concluiu Filipe Lima. 

Ricardo Melo Gouveia vai com ambição 

O regresso do golfe aos Jogos Olímpicos, após um hiato de 112 anos, é especial para Portugal por ser o primeiro organizado por um país de língua oficial portuguesa. 

Ricardo Melo Gouveia, o n.º1 português e 126º no ranking mundial, declarou recentemente que vai ao Rio de Janeiro com elevadas ambições: “O meu objetivo é ganhar a medalha de ouro. Não vou para lá para ficar em 2.º ou 3.º, nem sequer para participar. Vou com um objetivo claro. Não vai ser fácil, como é óbvio, num torneio com jogadores de elite, mas acredito que se conseguir jogar ao meu melhor nível, poderei trazer a medalha de ouro para Portugal.” 

Federação Portuguesa de Golfe honrada com presença olímpica 

“É uma alegria muito grande. Pela primeira vez em tantos anos, haverá de novo torneio olímpico de golfe e temos dois portugueses, algo que muitas federações bem mais poderosas do que a nossa não conseguiram. É uma honra e esperamos que eles representem o melhor possível o nosso país. Isto vem num momento fantástico de internacionalização do desporto português e também no golfe pois na semana passada tivemos um português a vencer o British Open de sub-16 (o The Junior Open Championship), algo que era impensável, diante dos melhores jogadores de 80 países. Estive lá, o Pedro Lencart foi o único com direito a discursar e devo dizer que foi emocionante ver a bandeira portuguesa hasteada no meio de jogadores de tantos países”, declarou Manuel Agrellos, o presidente da FPG.