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As originalidades de Erin Hills
13/06/2017 17:15 RODRIGO CORDOEIRO
Erin Hills é o primeiro campo de par-72 a receber o Open dos EUA em 25 anos © D.R

Sobre o campo no estado do Wisconsin que esta semana recebe Open dos EUA

O Erin Hills assinala a primeira vez que o Open dos EUA se realiza num campo do Wisconsin, um estado no Norte dos Estados Unidos que tem 700.000 golfistas entre os seus 5,7 milhões de habitantes. “Eles esperaram muito tempo por esta oportunidade”, justifica a presidente da USGA (United States Golf Association, entidade organizadora), Diana Murphy. 

Mas não é por acaso que Erin Hills, situado em Erin, a 55 quilómetros de Milwaukee, numa área onde dois glaciares se encontraram há 30 mil anos, tem esta honra, na 117.ª edição do torneio, que se joga de 15 a 18 de Junho. Na verdade este percurso, inaugurado em 2006 e inserido numa propriedade com 256 hectares, foi construído tendo em vista isso mesmo, ou seja, vir a ser palco do Open dos EUA, tanto em termos de desafio aos jogadores como da logística para os espectadores e estruturas de suporte. 

O seu mentor foi o promotor imobiliário Robert Lang, que usou o seu próprio dinheiro para custear a empreitada, chamando para designers Michael Hurdzan e o seu parceiro profissional Dana Fry, bem como Ron Whitten. Como o esforço financeiro fosse demasiado robusto, vendeu-o em 2009 a Andrew Ziegler, mantendo este o compromisso de tornar o campo cada vez melhor. 

O campo tem muitos traços de links, como o ser aberto, o ter poucas árvores, a exposição ao vento e a vegetação alta de fescue. Mas nunca poderia ser um links, porque lhe falta o mar. Mais, é um campo aéreo, com 12 buracos em que é necessário fazer a bola voar para o green (ao contrário dos links, em que a bola entra a correr). Os que o desenharam gostam de lhe chamar heartland course, entre o links e o parkland course

Pela primeira vez em 25 anos – e apenas a nona no pós-II Guerra Mundial – o cartão de jogo de um Open dos EUA tem um par-72. A última vez que isso aconteceu foi em 1992 em Pebble Beach, quando o seu segundo buraco ainda era um par-5. Desde então, tem sido jogado na generalidade em traçados de par-70, com Pebble Beach ajustado para par-71 nas últimas duas ocasiões em que recebeu o torneio. 

Há alguns dias, a USGA avançou com a distância oficial para o campo, são 7,033 metros, o que faz dele o segundo maior na história do torneio, embora o comprimento durante o evento vá variar em cada volta de acordo com o set up). Até agora, o percurso mais comprido foi Chambers Bay em 2015, com 7,036m. 

Os greens do Open dos EUA têm fama de ser diabólicos, Erin Hills apresenta neste capítulo condições mais humanas. Com um híbrido de bentgrass, são mais macios, e também quase vazios em termos de contornos significativos; a relva cortada rente em seu redor proporciona aos jogadores a possibilidade de utilizarem o putter fora do green

Alguns jogadores têm-se queixado da altura elevada dos roughs, mas os fairways são mais largos em cerca de 35 a 55 metros (alguns até mais) do que é habitual no Open dos EUA e a ondulação e os slopes dos mesmos oferecem alguma defesa. Nas margens dos fairways há uma uma área de transição, com rough de 3, 4 polegadas, mas depois disso vem o fescue. Aqui, é possível encontrar as bolas, mas não é fácil fazer atravessar a cabeça do taco. 

“Se alguém falhar o fairway no 10, devia ser desclassificado, de tal maneira é amplo. Mas precisamos de fairways largos de forma a ser justos para com os jogadores, por causa do vento”, considera Mike Davies, director-executivo da USGA. 

Os últimos seis buracos podem proporcionar um grande final de prova no domingo. Têm dois par-5 (14 e 18), dois par-4 (15 e 17) e dois par-3 (13 e 16), sendo que no 15 é possível chegar ao green com a pancada de saída. 

São esperados mais de 35 mil espectadores todos os dias e há mais de 5000 voluntários presentes. O campeonato vai apoiar a comunidade com um impacte económico antecipado de mais de 130 milhões de dólares.