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Os desportos da minha vida
Crónica

Há para aí mais alguns desportos como o golfe e o rugby mas não se comparam

Verdade verdadinha o meu desporto sempre foi o rugby. Foi rugby que joguei desde os 12 anos. Foi no rugby que fiz amigos para a vida. Foi no rugby que aprendi o que era trabalho colectivo. Aprendi a sacrificar-me em prol da equipa ou do companheiro do lado. Que posso contar com o outro. Que nem sempre a vitória é o fim último. Que sozinho não consigo grandes coisas. No rugby perdi, ganhei, fiquei contente e triste, lesionei-me, viajei, conheci milhares de pessoas. 

O golfe apareceu mais tarde. Tinha 22 anos quando tive o primeiro contacto. E nem sequer foi por causa do jogo em si mas porque comecei  a estagiar na manutenção de um campo. O jogo veio depois. Até hoje ainda ando à procura da rotação certa para um swing eficiente e consistente. 

Já aprendi muitas coisas no golfe (também já lá vão 20 anos caramba!). No golfe fiz quase toda a minha carreira, cresci profissionalmente. Aprendi o que é organizar, ser rigoroso, comunicar, definir prioridades, gerir pessoas e recursos.

Com o jogo aprendi sobretudo a ser humilde. Não tinha tido grandes experiências com desportos individuais até aqui. Deixei de poder contar com o parceiro do lado e a poder desculpar-me com as aselhices dos outros. Aqui também já fiz muitos amigos, e provavelmente alguns inimigos. Não é disparate nenhum quando dizem que ninguém consegue disfarçar o que é ao longo de 18 buracos. Por isso é uma excelente oportunidade para conhecer as pessoas. 

Uma pancada bem batida, com o peso em cima da bola, a acabar com os ombros  virados para a frente não é assim tão diferente de uma placagem eficaz. Um passe para os braços esticados do nosso companheiro de equipa, de forma a obrigá-lo a avançar e procurar espaço para passar pelo adversário, tem as suas semelhanças com um chip em que a bola cai no princípio do green e vai, parece que com olhos, rolar colada ao chão até entrar no buraco. Tanto os pitons como as cabeças dos clubs são de alumínio e devem entrar ligeiramente na relva. O cheiro a relva cortada é o mesmo. É um dos meus vícios. 

Naturalmente, nesta fase, pergunto-me: qual dos dois é o melhor? Mas porque é que tem que haver um melhor? Esta mania que temos sempre de comparar tudo é tramada! 

Bom bom é jogar, ou ter jogado, os dois. 

Há para aí mais alguns desportos mas não se comparam.

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*Agrónomo; Director da NATIVE Golf Services

 

 

 

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