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Mulheres e homens “casam-se” no golfe
Crónica

Lentamente começa a haver uma convergência entre o masculino e o feminino

Vidago passará para a história como a primeira vez que se disputou o Patsy Hankins Trophy mas, talvez mais importante do que haver uma versão feminina do Michael Bonallack Trophy, porque isso era inevitável, era uma questão de tempo, foi o facto de as provas terem sido organizadas em simultâneo pela Associação Europeia de Golfe (EGA).

A tradição dita circuitos separados e é rara uma coincidência destas. Falo, obviamente, à escala internacional, porque a nível mais modesto há eventos mistos, como, por exemplo, no PGA Portugal Tour e no Circuito da FPG.

Que eu saiba, em 2016, algo de semelhante a Vidago só irá repetir-se nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e em Marrocos, com a Lalla Meryem Cup do Ladies European Tour a decorrer no Blue Course, ao mesmo tempo que o Trophée Hassan II, do European Tour, se desenrola no Red Course, dois campos do Royal Golf Dar Es Salam, em Rabat.

Serão experiências importantíssimas pela visibilidade que espoletam e desejo que venham a conhecer o mesmo sucesso de Vidago, êxito corroborado pelos três capitães que interpelei sobre o tema: “Foi ótimo para o golfe feminino ter sido exposto a este ambiente”, disse a neo-zelandesa Libby Steele, da Ásia/Pacífico; “As coisas conjugaram-se tão bem com os homens”, frisou a inglesa Elaine Ratcliffe, da Europa; “O facto de o torneio ser misto proporcionou um ótimo ambiente entre todos os e foi muito agradável”, declarou o francês Alexis Godillot, da Europa.

Godillot é uma enorme figura do golfe amador francês, 11 vezes internacional do seu país em Campeonatos do Mundo (Eisenhower Trophy), mas convenhamos que uma declaração destas por parte de uma estrela profissional nos Jogos Olímpicos terá outro impacto mediático.

Começa a haver, lentamente, uma convergência entre homens e mulheres no golfe mundial e em 2016 houve dois anúncios relevantes.

Em fevereiro, o R&A e a LGU (Ladies Golf Union) divulgaram uma fusão que entrará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2017, fazendo com que a mesma entidade detenha competições como os British Opens feminino e masculino, a Walker Cup e a Curtis Cup, entre muitas outras.

Em março, o PGA Tour e o LPGA Tour difundiram um comunicado conjunto que estabelece uma “aliança estratégica para a promoção e crescimento do golfe”. Para já fala-se de ações conjuntas de marketing mas os dois comissários, Tim Finchem e Mike Whan, admitiram que se iniciaram conversações no sentido de criar um primeiro torneio combinado (misto).

Eu sou a favor e o leitor?

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*Comentador de ténis e golfe no Eurosport

**Esta crónica foi publicada originalmente no caderno GOLFE do jornal Público de dia 26 de Março

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