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José Sousa e Melo: “Já não ligo muito aos títulos”
11/05/2016 12:09 HUGO RIBEIRO/FPG
"Zézinho" é um dos mais titulados amadores portugueses / © FILIPE GUERRA/GOLF PRESS

O actual presidente do CG Estoril é campeão nacional de seniores pela segunda vez

José Sousa e Melo, um dos melhores golfistas portugueses de sempre, regressou ao Campeonato Nacional de Seniores, após um hiato de três anos, para conquistá-lo pela segunda vez. A 30.ª edição deste torneio, para jogadores acima dos 50 anos, realizou-se no último fim-de-semana no Club de Golf de Miramar, em Vila Nova de Gaia. 

Tratou-se de uma vitória esmagadora do Club de Golf do Estoril, que levou os dois troféus para casa (Paula Saúde venceu em senhoras), com a curiosidade de José Sousa e Mello ser o presidente do CGE, um dos mais antigos e mais influentes do país. 

José Sousa e Melo carrega atrás de si um enorme palmarés de campeão nacional absoluto amador em dez ocasiões (1957, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1976, 1978, 1979, 1986), duas vezes campeão nacional de Mid Amateur (2004 e 2005), e agora duplo campeão nacional de seniores (2007 e 2016). Um currículo enorme! 

“Para dizer a verdade, hoje em dia já não ligo muito aos títulos. Fui jogar o torneio porque houve um grupo de sete amigos do Estoril com vontade de participar e eu queria mostrar-lhes Miramar, um campo que é uma jóia de golfe que temos em Portugal. Provavelmente, se o torneio não tivesse sido em Miramar, eu não teria ido”, assegurou José Sousa e Melo, que não competia neste torneio desde que foi vice-campeão de seniores em 2013, no Ribagolfe-II. 

“É uma pena não haver mais gente a participar neste torneio (foram 39 na prova masculina) porque há tantos seniores a jogar no país, basta ver o que se passa na associação dos seniores. Nem posso dizer que seja por falta de divulgação porque até se falou do torneio, mas merecia mais”, lamentou-se. 

Sobre a sua exibição, explica que sentia-se em forma, depois de, duas semanas antes, ter sido 11.º classificado no Campeonato Internacional de Seniores do Estoril, entre 102 jogadores, com voltas de 74, 77 e 74. Admite que as condições meteorológicas dificultaram-lhe a tarefa, devido a “ter chovido bastante, mas, sobretudo, ao vento complicado, de sul, ao contrário do que é habitual naquela zona. Basta dizer que determinados par-3 curtos que se jogam de ferro 7 passaram a par-3 compridos a exigir saídas de madeiras”. Por isso, quando se viu a comandar por 3 aos 18 buracos, procurou, principalmente “gerir essa vantagem no segundo dia”. 

José Sousa e Melo tem investido pessoalmente este ano na época de Tomás Silva, o antigo triplo campeão nacional amador, que este ano não conseguiu revalidar o título mas que, mesmo assim, se sagrou vice-campeão nacional absoluto amador. Tomás Silva abraçou um projeto competitivo do clube, complementar ao de que beneficia por ser membro das seleções nacionais da FPG, e José Sousa e Melo tem surgido em alguns torneios como mentor e até mesmo como caddie. Terá esse regresso ao principal circuito da FPG reavivado memórias em José Sousa e Melo, fazendo com que renovasse a sua vontade em competir de novo em torneios federativos? 

“Não tem nada uma coisa a ver com a outra” – garante – “e o que faço com o Tomás e os outros jogadores é meramente para ajudar o trabalho que já é feito pelo profissional do nosso clube, o Miguel Nunes Pedro. Estou a tentar puxar os nossos jogadores para cima e para isso preciso de estar com eles em alguns torneios. Posso dizer que após alguns meses a observá-los em competição, já percebi o que está a passar-se com os nossos jogadores e o que poderá estar a faltar para que possam melhorar.” 

José Sousa e Melo, que já tinha ganho este torneio em 2007, totalizou 157 pancadas, 17 acima do Par, com voltas de 76 e 81, batendo João Nuno Mendes Ribeiro (82-78). O vice-campeão agregou as mesmas 20 pancadas acima do Par do 3º classificado, Agostinho Pereira da Silva (79-81) e o desempate foi feito pela melhor última volta. 

Luís Bleck da Silva, que defendia o título conquistado em 2015 na Quinta da Beloura, não foi além do 15.º lugar, com 171 (87-84). 

No escalão de Super Seniores não houve torneio feminino e o masculino foi ganho por Mário Machado, de Miramar, com 188 (93+95), +48. Uma novidade deste ano foi a atribuição de títulos às Segundas e Terceiras Categorias. Uma vez mais, não houve provas femininas e nas masculinas os novos campeões nacionais são João Nuno Mendes Ribeiro (+20) e Mário Casimiro Paiva, do Estela Golf Club, com 168 (85+83), +28.