Agravamento da pandemia e das restrições impedem realização dos Swings 4, 5, 6 e 7

Definitivamente, a época de 2020/2021 do Portugal Pro Golf Tour não vai realizar-se. Depois do cancelamento dos Swings 1, 2 e 3, habitualmente jogados nos meses de Novembro e Dezembro, a organização contava pôr em marcha os Swings 4, 5, 6 e 7, entre a segunda quinzena de Janeiro e Março. Mas ontem as intenções caíram por terra, um dia depois de o jornal Record, em associação com a Tee Times Golf, ter anunciado que o remanescente da temporada iria mesmo avançar. 

O próprio José Correia, um dos promotores do circuito, a par do inglês Gary Harris, contactou a Tee Times Golf dando conta do “volte-face inesperado”, o qual se prendeu com “questões logísticas ligadas às dificuldades levantadas pelas autoridades portuguesas e britânicas e também por imperativos morais, devido ao súbito alastramento da pandemia nos últimos dias”. 

Como escreveu Hugo Ribeiro, “embora o PPGT seja um circuito internacional e receba atletas de dezenas de países, a esmagadora maioria é britânica e portuguesa e a sua viabilidade financeira depende quase totalmente destes mercados. Ora neste mesmo dia 6 de Janeiro, o parlamento inglês, após um longo debate, aprovou um terceiro confinamento a partir já da próxima segunda-feira, com medidas mais restritivas, algumas das quais irão prolongar-se até Março, enquanto a Assembleia da República de Portugal sancionou o prolongamento do estado de emergência até ao próximo dia 15”. 

Afirmou José Correia ao Record: “A ideia seria, como ontem [anteontem] informei, irmos para a frente com o circuito, mas as últimas notícias, associadas ao facto de os nossos contactos mais recentes com as autoridades dos dois países não terem sido muito favoráveis, levaram-nos a cancelar tudo. As restrições a voos do Reino Unido para Portugal vão manter-se. Apenas portugueses e residentes em Portugal poderão fazer a viagem para Portugal e não nos deram grande abertura para atletas profissionais constituírem uma excepção.” 

“Por outro lado”, continuou, “há aqui uma questão moral. Os últimos números da pandemia são avassaladores nos dois países. Há um conflito entre desejarmos dar trabalho a quem necessita num momento de crise económica, designadamente os jogadores e os campos de golfe, e a vontade de não contribuirmos para o agravamento da pandemia. A questão sanitária pareceu-nos hoje mais importante, até como salvaguarda dos jogadores, elementos da organização e colaboradores dos campos onde iriamos realizar os torneios.” 

Hugo Ribeiro lembra que o “desaparecimento” do PPGT de 2020/2021 cria um “vazio competitivo” para os principais jogadores profissionais portugueses: A nível internacional, o European Tour (a primeira divisão europeia) só começa a 21 de Janeiro com o Abu Dhabi HSBC Championship, onde é previsível que nenhum português entre por ter a categoria máxima da Série Rolex.

O Challenge Tour (a segunda divisão europeia) inicia-se ainda mais tarde, a 11 de Fevereiro, na África do Sul.

O Pro Golf Tour (uma das terceiras divisões europeias) anunciou que só terá o seu primeiro torneio em Abril, no Egipto.

Do Alps Tour Golf (outra das terceiras divisões europeias) ainda não se sabe nada oficialmente, mas é um circuito que só costuma arrancar a meio e Fevereiro, no Egipto.

O Portugal Masters, do European Tour, está previsto para a data de 29 de Abril a 2 de Maio e, face a esta nova situação, poderá ser o primeiro torneio para profissionais em Portugal em 2021.