
A nova campeã do British Open compensa falta de distância com jogo certinho
Melissa Linda Martin, ou melhor dizendo Mo Martin, foi desde sempre uma apaixonada pelo golfe. O que a fascinava tanto neste desporto era o facto de ganhar, tal como o seu irmão, grandes trofeus cintilantes. Tinha então apenas 4 anos de idade quando pediu aos seus pais para jogar pela primeira vez.
Tendo já um irmão praticante deste desporto não foi difícil para Mo arranjar quem a ajudasse. No entanto, contou sempre com o apoio incondicional de toda a sua família. Aos 8 anos concretizou um dos seus sonhos: representar os Estados Unidos da América no Junior World Japan Cup. A jovem natural da Califórnia não poderia ter tido um desempenho melhor, conseguiu o prémio máximo neste torneio, o 1º lugar.
Martin foi sempre uma jogadora muito determinada, e apesar das dificuldades financeiras que a sua família tinha, nunca baixou os braços. Por esta razão, Mo tinha aulas com o seu pai, seguindo o programa Hogan’s Five Lessons: The Modern Fundamentals of Golf. Mas, foi em 2000, desta vez com a ajuda financeira da sua avó, que Mo entrou para a famosa UCLA, onde foi, inúmeras vezes, premiada pelo seu desempenho escolar e golfístico. Terminou 7 vezes no top20 e fez parte da equipa vencedora do 2004 NCAA Women’s Golf Championship, o torneio mais importante por equipas a nível univeristário.
Para além do golfe, Mo tem como interesses a dança, a música, a leitura e especialmente a vida animal, empenha-se muito em comunidades de resgate e adoção de animais. Se pudesse estar num programa de televisão diz que seria no The Amazing Race com a sua melhor amiga Gina, pois já têm muita experiência a viajar pelo mundo fora. O seu número favorito é o 8, pois nasceu no dia 8 e lembra-a o símbolo do infinito. Se pudesse passar um dia num sítio à sua escolha seria numa estação espacial internacional. Por fim, diz que a sua música favorita é sem dúvida Heroes de David Bowie, confessa que a motiva antes de jogar e a faz lembrar de todas as possibilidades que existem em campo.
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Carreira como Profissional
Tornou-se profissional em 2005, após a sua graduação em Psicologia na UCLA. A escolha deste curso parece-nos algo que poderíamos esperar de Mo, pois tem uma vertente muito humana. Quanto á sua carreira de profissional, Mo juntou-se, numa primeira fase entre 2006 e 2011, ao Futures Tour, onde mostrou ser uma jogadora muito consistente. No entanto, Mo diz ter passado por momentos complicados na sua carreira no Futures Tour, confessa ter tido dúvidas quanto ao seu futuro no golf enquanto lutava para chegar ao LPGA Tour, mas diz ter conseguido gerir bem este problema ao estabelecer certas regras.
“Estabeleci três critérios que teriam que ser cumpridos”, explicou: “Em primeiro lugar acordar feliz com a minha escolha, em segundo lugar contribuir para o golfe feminino e crescer com isso, por último pagar as minhas contas. Se cumprisse estes três critérios continuaria a jogar.”
Parece ter resultado lindamente, pois Mo conseguiu vencer 3 torneios neste circuito, em 2007 o El Paso Golf Classic, em 2008 o USI Championship e em 2011 o Eagle Classic. No seu último ano no Futures Tour, Mo ao terminar 11 vezes no top 10 e ao vencer o Eagle Classic teve acesso directo ao LPGA Tour. Estava assim cumprido o seu grande objectivo: chegar ao LPGA Tour.
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2012 foi então o seu primeiro ano neste circuito principal, como rookie, apresentou resultados surpreendentes, participou em 21 eventos, terminando em 14º lugar num deles, o Walmart NW Arkansas Championship. Terminou esta temporada em 3º lugar no ranking de driving accuracy, em 6º lugar na lista da Rolex de rookies do ano e amealhou um total de 171,345,00 dólares.
No ano seguinte, provou que o seu jogo estava cada vez melhor, jogou 25 torneios no LPGA Tour e passou 21 cuts, fez o seu primeiro hole in one no Lorena Ochoa Invitational e terminou pela primeira vez num top3, no Kia Classic em Carlsbad, Califórnia. Subiu duas posições no ranking de driving accuracy em relação a 2012, ocupando assim a primeira posição deste ranking.
Não sendo uma jogadora comprida, Mo tirou agora partido da sua precisão com o driver, vencendo no British Open, de forma surpreendente, o seu primeiro torneio no LPGA Tour. E diz-se muito feliz e grata por tudo o que teve até hoje: “ Estou tão grata por tudo, pelos desafios, pelos falhanços, pelos sucessos. Só quero dizer que há tanta gente maravilhosa neste mundo e não é dito o suficiente sobre essas pessoas, têm atitudes de extrema bondade e gentileza. Tanta gente me ajudou quando mais precisava, definitivamente tive alguns anjos na minha vida.”
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Acrescenta ainda que teve uma estrelinha que a guiou nesta sua caminhada até à vitória “ O meu avô foi o grande suporte em toda a minha carreira, esteve presente em todas as minhas vitórias, e hoje está presente aqui, no meu pescoço, em espirito. Foi um homem absolutamente fenomenal e teve uma enorme influência na minha vida.” Lincoln Martin era o avô de Mo, faleceu em março deste ano com 102 anos, desde então Martin usa um colar com a inicial “L” em memória do seu querido avô. Com esta vitória, Mo passou da 99ª posição para a 26ª no Ranking Mundial Feminino somando um total de 1.074351 dólares.