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Um Campeonato Nacional Absoluto Audi como nunca visto
22/09/2020 21:31 Hugo Ribeiro
Leonor Medeiros e Daniel da Costa Rodrigues (ausente da defesa do título amador por ter ingressado na Universidade Texas A&M), campeões nacionais amadores em 2019 © Filipe Guerra

FPG abriu as portas aos profissionais de uma competição outrora reservada aos amadores

Ricardo Santos e Ricardo Melo Gouveia, dois dos melhores jogadores portugueses de golfe de sempre, têm uma motivação especial quando amanhã (quarta-feira) iniciarem a 87.ª edição do revolucionário Campeonato Nacional Absoluto Audi, que se prolonga até Sábado, com o Pro-Am a decorrer no Domingo, no Oporto Golf Club, em Espinho. 

Pela primeira vez a Federação Portuguesa de Golfe (FPG) deliberou abrir as portas aos profissionais de uma competição que era exclusivamente reservada aos amadores e, por isso, em jogo estarão os títulos de campeão e vice-campeão em três estatutos diferentes e em ambos os géneros: absoluto, amador e de segundas categorias (amador), com os profissionais a terem o aliciante extra de um prémio monetário de 20 mil euros. 

Haverá, portanto, seis campeões nacionais a serem coroados no próximo Sábado, a juntar aos títulos de campeões nacionais de profissionais que já foram atribuídos no passado mês de julho aos irmãos Leonor e Tomás Bessa, quando vencera o Solverde Campeonato Nacional PGA no Vidago Palace Golf Course. 

“Para a maioria dos jogadores portugueses houve três semanas seguidas de competição porque depois do Portugal Masters e do Open de Portugal entramos já na quarta-feira com o Campeonato Nacional Absoluto Audi onde, pela primeira vez, iremos ter uma competição a lutar pelo mesmo título, o absoluto”, disse Miguel Franco de Sousa, o presidente da Federação Portuguesa de Golfe. 

“O Campeonato Nacional de profissionais está feito, mas este é um título absoluto. Vamos ter uma aposta cada vez mais forte naquilo que é a participação simultânea de profissionais e amadores, visto não termos uma grande quantidade de profissionais a competirem regularmente e precisarmos de dar-lhes mais competição nacional”, acrescentou o presidente da FPG. 

“Estas competições com amadores e profissionais irão beneficiar todos. Vamos dar maior visibilidade aos eventos, vamos dar maior competitividade aos profissionais, mais prémios monetários para eles poderem investir ao longo da época, é um formato a explorar e apostar no futuro”, concluiu Miguel Franco de Sousa, ele próprio (e o seu filho) inscrito na competição, como amador. 

Já era habitual alguns dos melhores amadores nacionais participarem no Solverde Campeonato Nacional PGA, mas estava-lhes vedado o acesso ao título. Em 2012, o amador Gonçalo Pinto foi o melhor classificado e o mesmo sucedeu em 2017 com a amadora Leonor Bessa. Foram declarados vencedores pela PGA de Portugal mas os títulos de campeões nacionais foram entregues aos melhores profissionais, respetivamente, Hugo Santos e Susana Ribeiro. 

Neste Campeonato Nacional Absoluto Audi a mentalidade revolucionária é mesmo de amadores e profissionais lutarem em pé de igualdade pelo mesmo título. A melhor e o melhor serão campeões nacionais absolutos, como acontece em tantas modalidades desportivas. Caso os vencedores sejam profissionais em ambos os géneros, os melhores amadores não deixarão de ser consagrados campeões nacionais amadores. 

É, por isso, que os dois “Ricardos” do golfe nacional têm algo especial em jogo neste torneio. Santos, o único português a ter estado no top-10 da Corrida para o Dubai do European Tour, nunca foi campeão nacional amador, mas foi campeão nacional de profissionais por duas vezes. Já Ricardo Melo Gouveia, o único golfista nacional a ter figurado no top-100 do ranking mundial, ganhou um Campeonato Nacional amador mas nunca o conseguiu como profissional. 

O 87.º Campeonato Nacional Absoluto Audi conta com 15 jogadoras amadoras e quatro profissionais e 102 atletas amadores e 23 profissionais. Um total de 148 jogadores que não conta com o campeão e o vice-campeão do ano passado, Daniel da Costa Rodrigues e Pedro Silva, ambos nos Estados Unidos a estudar e a competir no circuito universitário norte-americano. Também Tomás Silva (campeão nacional de profissionais em 2018 e 2019), Tomás Bessa (o atual campeão nacional de profissionais) e Vítor Lopes (a grande estrela do último Open de Portugal) não estarão em Espinho porque competem ao mesmo tempo num torneio em Sevilha, integrado no Alps Tour, uma das terceiras divisões europeias. 

No entanto, estamos perante, sem dúvida alguma, a mais rica lista de inscritos de sempre do Campeonato Nacional Absoluto Audi, com a curiosidade de marcar a estreia de Sara Gouveia como profissional, depois de ter sido por duas vezes vice-campeã nacional amadora, em 2017 e 2018. 

Sendo impossível nomear todos os candidatos ao título, vamos apenas salientar os antigos campeões nacionais presentes. 

Campeões nacionais amadores ainda com o estatuto amador: Joana Silveira (2016), Leonor Medeiros (2019) e Pedro Lencart (2016 e 2018). 

Campeões nacionais amadores já com o estatuto de profissionais: Susana Ribeiro (2013, 2014 e 2015), Leonor Bessa (2017 e 2018), Hugo Santos (2003), Tiago Cruz (2002 e 2005), Pedro Figueiredo (2007 e 2008), Ricardo Melo Gouveia (2009), Pedro Almeida (2013). 

Campeões nacionais de profissionais: Susana Ribeiro (2015, 2016, 2017, 2019), Leonor Bessa (2018 e 2020), Hugo Santos (2012), Pedro Figueiredo (2013), Tiago Cruz (2011 e 2015), Ricardo Santos (2011 e 2016). 

O 87.º Campeonato Nacional Absoluto Audi irá cumprir todas as normas sanitárias decretadas pela FPG, em consonância com as diretrizes da Direção Geral de Saúde. O total de prémios monetários para profissionais contempla 18.200 euros para o torneio masculino e 1.800 para o feminino, com a campeã a receber 900 euros e o campeão 3.800. O torneio de 72 buracos arranca às 7h10 com a prova feminina e às 8h30 o masculino. O último grupo sai às 14h39.