
Cerimónia será realizada no TPC Sawgrass na véspera do início do Players Championship
Tiger Woods será hoje integrado no World Golf Hall of Fame, numa cerimónia que decorrerá a partir das 19h locais (meia-noite em Lisboa) no “quartel-general” do PGA Tour em Ponte Vedra Beach, Florida. Mais concretamente, no resort TPC Sawgrass, em cujo Stadium Course decorrerá entre quinta-feira e domingo o Players Championship, a prova-bandeira do circuito.
Woods tornou-se elegível para integrar o Hall of Fame ao completar 45 anos a 30 de Dezembro de 2020, sendo uma escolha óbvia não só pelo facto de ter sido um dos melhores golfistas e atletas de todos os tempos, mas também pelo mediatismo e crescimento que trouxe à modalidade, logo a partir do momento em que se tornou jogador profissional, no Verão de 1996.
"Ser homenageado e ser selecionado, entrar no Hall com todos os ídolos que eu cresci a ver e a idolatrar, saber que vou estar com eles para sempre, é algo que me deixa profundamente reconhecido”, disse o californiano em declaraões prévias à Golf Digest, acrescentando que esta é uma conquista de carreira: “Há 26 anos que faço isto, é muito tempo.”
“Na maioria dos desportos, para se ser elegível [para o Hall of Fame], é preciso esperar cinco anos depois da reforma. No golfe é diferente, podemos entrar e ainda estar a competir. Há jogadores que ganharam no Tour depois disso. Eu tive uma carreira de sucesso, mas parece que ainda não acabou.”
Woods continua a recuperar de um acidente de viação sofrido em Fevereiro do ano passado em Los Angeles, que lhe provocou várias fracturas expostas na perna direita. O único torneio em que entrou desde então foi no PNC Championship, em meados de Dezembro. Trata-se de um evento não-oficial a pares familiares, jogado no Ritz-Carlton Golf Club, em Orlando, Florida. Aqui, Tiger formou equipa com o seu filho Charlie, de 12 anos. Tiveram um excelente desempenho acabando no segundo lugar entre 20 formações, só atrás dos Daly. No entanto, Tiger jogou conduzindo um buggie e o formato scramble permitiu-lhe bater apenas as tacadas com as quais estava confortável.
De todos os que estiveram envolvidos na sua vida, e a quem deixa um agradecimento, reserva uma menção especial à sua mãe, Kutilda. “Foi ela que me levou a todos os nossos torneios juniores no sul da Califórnia, por vezes em viagens de uma hora ou hora e meia. Às vezes ficávamos presos [no trânsito] naquela auto-estrada 91, e nunca se queixou. Ela guardava os meus resultados e quando chegávamos a casa entregava o relatório ao meu pai. Para mim é especial tê-la ainda por perto.”
Tiger Woods somou, até ao momento, 82 vitórias só no PGA Tour, no que igualou Sam Snead (1912-2000); títulos em majors (Grand Slam), ascenderam aos 15, a três dos 18 de Jack Nicklaus (n. 1940); registou 10 épocas com pelo menos cinco vitórias ou mais, e outras tantas vezes foi eleito o Jogador do Ano no PGA Tour; venceu a FedEx Cup em duas das suas três primeiras edições. E liderou o ranking mundial num total de 683 semanas. Em prémios monetários facturou mais de 120 milhões de dólares.
O Museu do World Golf Hall of Fame situa-se no World Golf Village, um resort residencial e commercial a meio caminho entre Jacksonville e St. Augustine, na Florida. No entanto, será no TPC Sawgrass que se dará a cerimónia, cabendo à sua filha Samantha, de 14 anos, fazer a respectiva apresentação.
Mas Tiger Woods não será o único a ser introduzido no Hall of Fame. Outros novos membros são Susie Berning, de Pasadena, Califórnia. Actualmente com 80 anos, venceu 11 vezes no LPGA Tour e é uma das apenas seis jogadoras que venceu três vezes o Open dos EUA. Tim Fincher, comissário do PGA Tour entre 1994 e 2016; e, a título póstumo, Marion Hollins (1892-1944), vencedora do U.S. Women’s Amateur (1921) e promotora do golfe junto de crianças e mulheres.