AcyMailing Module

Pro
> Home / Artigos
Filipe Lima e Ricardo Santos visam European Tour
02/11/2016 15:53 HUGO RIBEIRO, EM OMÃ
Filipe Lima durante o primeiro dia de prova / © TOM DULATY/GETTY IMAGES

Começaram hoje a competir em Omã na prova de encerramento do Challenge Tour

Filipe Lima e Ricardo Santos, os dois portugueses que desde hoje (quarta-feira) começaram a competir em Omã, não aproveitaram as condições benignas de quase ausência de vento para atacarem desde a primeira volta o título da NBO Golf Classic Grand Final que ainda pertence a Ricardo Melo Gouveia.

Com 26 dos 44 participantes do último torneio do Challenge Tour de 2016 a baterem o Par-72 do Almouj Golf, em Mascate, a liderança é tripartida pelo espanhol Pep Angles, o inglês James Heath e o francês Matthieu, com 66 pancadas, 6 abaixo do Par.

Neste contexto, as 71 pancadas, 1 abaixo do Par, de Filipe Lima, e as 73 (+1) de Ricardo Santos estão longe de deslumbrar, deixando-os nas 22.ª e 38.ª posições (empatados), respetivamente.

No entanto, como sublinharam ambos, é apenas o primeiro de quatro dias neste torneio de 400 mil euros em prémios monetários, é possível que o vento venha a soprar mais nos próximos dias e altere a dificuldade do campo. Nada está ainda perdido. Afinal, Lima está a apenas 5 pancadas do trio da frente e Santos a 7.

O objetivo primordial de ambos é terminarem a semana (e o ano) no top-16 da Corrida para Omã, o ranking do Challenge Tour, da segunda divisão europeia, que Ricardo Melo Gouveia também ganhou no ano passado.

O atual n.º 1 português fez a “dobradinha” em Omã em 2015. Em 2016 Lima e Santos não visam tão alto e têm sobretudo os olhos no tal top-16 que ascende em 2017 ao European Tour, a primeira divisão europeia.

Lima, de 34 anos, residente em França, é o 12º classificado na Corrida para Omã e só um desastre o afastaria desse top-16, sendo quase seguro que irá juntar-se a Melo Gouveia na elite europeia.

"Olhando os números, há sempre possibilidade que eu saia do top-16, mas teria de ser uma má sorte… pode sempre acontecer. De toda a maneira o meu objetivo é também fazer um bom resultado aqui. Diria que 95% do trabalho está feito, mas ainda falta os 5% e são importantes", disse o atleta olímpico português ao Gabinete de Imprensa da PGA de Portugal.

Recorde-se que Lima entrou para o European Tour em 2004 e esteve quase sempre a competir a este nível até finais de 2014, altura em que uma cirurgia na zona lombar o fez regredir ao Challenge Tour.

A situação de Santos, também de 34 anos, residente no Algarve, é mais complicada. É o 42.º na Corrida para Omã e embora os serviços de estatísticas do Challenge Tour digam que tem hipóteses matemáticas de subir ao top-16, aquele que é considerado o melhor golfista português de sempre já fez as contas e não tem dúvidas:

"Tendo em conta os pontos que tenho e os pontos que dá o primeiro lugar, só me serve ganhar (a NBO Golf Classic Grand Final). O segundo lugar dará uma categoria inferior, mas para ter o full card do European Tour, só mesmo o primeiro lugar."

Ricardo Santos entrou para o European Tour em 2012, manteve-se lá até ao final do ano passado e nesses quatro anos consecutivos bateu uma série de recordes nacionais.

Note-se que Santos, o campeão de 2012 do Madeira Islands Open BPI (do European Tour), chegou a estar hoje no top-5 da classificação, quando foi com 3 pancadas abaixo do Par para o buraco 15, depois de um putt enorme no 9. Mas o seu final foi terrível: 1 duplo-bogey no 15, 1 birdie no 16, 1 bogey no 17 e 1 duplo-bogey no 18. Os duplos resultaram de bolas na água. Convirá dizer que é a primeira vez que compete no campo desenhado pelo antigo n.º 1 mundial, Greg Norman.

Quanto a Filipe Lima, não jogava aqui desde 2013 e chegou a andar hoje com 2 abaixo do Par, no 8.º posto. É curioso que na semana passada também começou com 71 (-1) no Ras Al Khaimah Golf Challenge, nos Emirados Árabes Unidos, e depois foi o que se viu, terminando em 2.º com -19!

A segunda volta começa amanhã às 8h00.

A prestação dos jogadores portugueses pode ser acompanhada na SportTV. O canal-4 irá passar reportagens diárias do torneio nos seguintes horários: no dia 3 às 00h40, no dia 4 à 01h00, no dia 5 às 00h40, no dia 6 às 01h30.

Ricardo hoje com a sua caddie, a sua mulher Rita / © D.R.

DECLARAÇÕES DE FILIPE LIMA APÓS 1ª VOLTA 71 (-1) PANCADAS 

"Hoje joguei um pouquinho melhor do que na primeira volta da semana passada. Hoje fins bons e fracos shots, foi daqueles dias em que tanto poderia ter virado para 4 ou 5 abaixo como para 2 ou 3 acima. Por isso, não é nada mau, nunca é quando se joga abaixo do Par. 

"Sim comecei bem, com 2 bons shots no 1, com a bola perto do buraco, fiz o birdie, mas depois no buraco seguinte fiz 3 putts e não tenho muito a dizer, joguei bem, não foi nem um grande dia nem um dia muito fraco. 

"Este campo é mais difícil do que o da semana passada. Esta semana há muitos buracos avançados devido à qualidade dos greens. É um campo que costuma ser jogado com muito vento. O dia de hoje é muito raro ter aqui, assim calminho. Mas é um campo muito mais perigoso do que o da semana passada e ainda mais ficará quando chegarmos aos últimos dias, quando apertarmos mais com a pressão do resultado para os 16 primeiros, aí é que vai ser interessante neste campo. 

"Olhando os números, há sempre possibilidade que eu saia do top-16, mas teria de ser uma má sorte… pode sempre acontecer. De toda a maneira o meu objetivo é também fazer um bom resultado aqui. Diria que 95% do trabalho está feito, mas ainda falta os 5% e são importantes." 

DECLARAÇÕES RICARDO SANTOS APÓS 1ª VOLTA 73 (+1) PANCADA

"Hoje não bati bem na bola. É verdade que ia com 3 abaixo do Par ao cabo de 14 buracos, mas ia a aguentar a volta, estava a ser sofrida, porque não estava a sentirme bem em campo, os shots não estavam a sair como eu queria. Só tive um ou outro bom e houve um putt ou outro a entrar. Também não cometi erros e quando falhava fazia-o para o sítio certo. 

"No buraco 15 dei um mau swing, falhei para o sítio errado, fui à água no segundo shot e aqui no 18 foi igual. No 17 também joguei taco a mais e fiquei numa posição difícil e aconteceu mais um bogey. É verdade que dois maus swings custaram-me 2 duplos bogey, mas hoje não joguei bem, nem me senti bem no campo. 

"Isto talvez seja devido a excesso de golfe porque já é a sétima semana consecutiva a competir e às vezes parece que a mente quer ir mas o corpo não responde. 

«É algo que ando a sentir desde aquele grande torneio da China. Há erros que tenho vindo a cometer que não são muito normais. Não é desculpa mas não encontro outra justificação. 

"Positivos foram os birdies desta semana, porque mesmo com muitas semanas de golfe ainda consigo muitas vezes dar a volta e sair por cima. Não foi hoje o caso, porque acabei mal, mas também é verdade que o finish aqui é complicado. 

"O 18 está hoje monstruoso, o tee está recuado em uns 50 metros. Eu bati drive seguido de ferro -5. 

"A mim só me vale a vitória. Não comecei da melhor forma mas ainda há mais três dias e agora há que soprar vento para que eu jogue bem e eles menos bem. 

"Tendo em conta os pontos que tenho e os pontos que dá o primeiro lugar, só me serve ganhar. O segundo lugar dará uma categoria inferior, mas para ter o full card só mesmo o primeiro lugar."