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Profissionais de luxo frente a jovens amadores
18/12/2016 20:26 HUGO RIBEIRO/FPG
Os irmãos Hugo e Ricardo Santos na edição de 2015: amanhã, na primeira sessão, em fourball, voltam a unir forças num match frente ao campeão nacional amador Pedro Lencart/Tomás Bessa, do Club de Golf de Miramar © FILIPE GUERRA

Taça Manuel Agrellos entre as selecções da PGA Portugal e da FPG, ou a Ryder Cup lusa

A 5ª edição da Taça Manuel Agrellos que hoje começa com um Pro-Am no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela, apresenta o maior desequilíbrio teórico de forças de sempre entre as seleções nacionais de profissionais e de amadores.

Enquanto a equipa capitaneada pelo presidente da PGA de Portugal, José Correia, apresenta o seu melhor naipe de trunfos de sempre, a formação da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) conta com sete dos seus dez jogadores com idades abaixo dos 20 anos.

Escusado será dizer que os profissionais nunca tiveram tanto favoritismo antes do início desta autêntica “Ryder Cup à portuguesa” e são os grandes candidatos ao “tri”, depois de terem ganho as duas últimas edições, igualando no historial da prova os dois triunfos dos amadores em 2012 e 2013.

Esta Taça Manuel Agrellos será histórica porque, pela primeira vez, o homenageado não estará em Palmela a desempenhar o cargo de presidente da FPG. Contudo, o seu sucessor, Miguel Franco de Sousa, convidou o “seu” presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPG a desempenhar o cargo de capitão da seleção nacional amadora.

Um forte gesto simbólico que representa, de certa forma, um regresso ao passado, aos tempos em que Manuel Agrellos liderou a seleção da Europa, capitaneando jogadores como o atual medalha de ouro olímpica, Justin Rose, ou o antigo nº2 mundial, Sergio Garcia, entre muitos outros craques.

Sublinhe-se, contudo, que as convocações para a equipa da FPG foram ainda efetuadas por Nuno Campino, que deixou de exercer as funções de selecionador nacional no primeiro dia deste mês.

Eis a jovem equipa da FPG que terá a hercúlea tarefa de derrubar os pesos-pesados do golfe nacional: Pedro Lencart, Vítor Lopes, Afonso Girão (doente, substituído por José Maria Cunha), Tomás Bessa, João Girão, Carlos Laranja, Tomás Melo Gouveia, Gonçalo Costa, Francisco Oliveira e Vasco Alves.

Trata-se, sem dúvida de uma boa equipa, ainda em formação mas forte, que conta com os oito melhores jogadores portugueses classificados no ranking mundial amador, sendo o atual nº1 nacional Pedro Lencart (271º), também campeão nacional amador.

Estes “jovens lobos” terão pela frente, durante dois dias, amanhã (segunda-feira) e depois de amanhã (terça-feira) os “leões” do golfe nacional, encabeçados pelo único jogador português que entrou no top-100 do ranking mundial de profissionais (135º esta semana), o único a ter-se qualificado para a Final Series do European Tour, o único a apurar-se para o DP World Tour Championship no Dubai… o atleta olímpico Ricardo Melo Gouveia!

Só o seu nome faz tremer, mas, de seguida, sem dar tempo a respirar, surge Ricardo Santos, o único português a ter entrado no top-10 da Corrida para o Dubai, o único a vencer um torneio do European Tour em Portugal, o único a conquistar o Sir Henry Cotton Rookie of the Year Award, aquele que detém a melhor classificação de sempre de Portugal numa Taça do Mundo de profissionais, o 13º lugar em 2008 ao lado de Tiago Cruz… que também desponta na equipa deste ano.

Enfim, é escusado continuar a detalhar os currículos dos titãs profissionais. Basta os nomes: Ricardo Melo Gouveia, Ricardo Santos, Hugo Santos, Tiago Cruz, Pedro Figueiredo, Gonçalo Pinto, João Carlota, João Ramos, António Sobrinho e Miguel Gaspar.

Há um aspeto significativo neste conjunto: em cinco anos será a primeira vez que a PGA de Portugal não tem necessidade de chamar um profissional que tenha privilegiado sempre a carreira de treinador. Estes dez jogadores, mesmo aqueles que agora são igualmente treinadores, preferiram sempre a competição e exalam experiência competitiva por todos os poros.

É, de longe, a melhor seleção nacional de profissionais de sempre e parece impossível, mas poderia ser ainda mais forte. Com efeito, ficaram de fora Filipe Lima (reside em França), António Rosado (vive na África do Sul), Stephen Ferreira (radicado no Zimbabué) e Tomás Silva (só se tornou profissional em outubro e não teve tempo para lutar pelo apuramento).

Talvez valha a pena frisar que no ranking mundial de profissionais Filipe Lima é o nº2 nacional, Stephen Ferreira o nº4, António Rosado o nº9 e Tomás Silva já é o nº12.

Quererá isto dizer que o título está praticamente revalidado pela PGA de Portugal? Nada disso. Os jovens da FPG são ambiciosos, destemidos e desassombrados. No ano passado também pareciam destinados a uma humilhação e o resultado final de 10,5-9,5 revelou um equilíbrio inesperado.

A 5ª Taça Manuel Agrellos, organizada pela PGA de Portugal e sancionada pela FPG, encerra ainda a curiosidade de colocar, pela primeira vez, frente a frente dois irmãos: Ricardo e Tomás Melo Gouveia. E se no último dia houvesse um confronto de singulares entre ambos?

O programa oficial é o seguinte:

Dia 18
12h00 - Concentração equipa PGA
13h30 - Mini Pro-Am by HILTI e Final Series
18h30 – Cerimónia de entrega prémios e apresentação do Duelo
19h30 - Jantar convívio

Dia 19
08h00 – Pares Fourball (Tee 1)
13h00 – Pares Foursomes (Tee 10)

Dia 20
08h00 - Singulares (Tee 1)
13h00 - Cerimonia de entrega de prémios

Os matches para fourball de segunda-feira de manhã são os seguintes, com os pares profissionais em primeiro lugar:

Ricardo Melo Gouveia/Pedro Figueiredo vs. Vítor Lopes/Tomás Melo Gouveia

Ricardo Santos/Hugo Santos vs. Tomás Bessa/Pedro Lencart

Tiago Cruz/João Ramos vs. João Girão/Vasco Alves

Miguel Gaspar/Gonçalo Pinto vs. Carlos Laranja/João Maria Cunha

João Carlota/António Sobrinho vs. Gonçalo Costa/Francisco Oliveira