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Umas jovens ‘rookies’ cheias de futuro
31/01/2017 12:55 RODRIGO CORDOEIRO
Rita Marques e Leonor Medeiros ganham experiência junto das mais velhas / © FILIPE GUERRA

Leonor Medeiros e Rita Marques falam da estreia no Internacional de Portugal

Pelo seu talento, empenho e ambição, Leonor Medeiros e Rita Marques, respectivamente campeã e vice-campeã nacionais no escalão de sub-14 anos, são as duas mais jovens promessas do golfe feminino português, e na semana passada fizeram a sua estreia no Campeonato Internacional Amador de Senhoras de Portugal, competindo no palco do Montado Hotel & Golf Resort juntamente com algumas das melhores europeias, num field de 90 jogadoras em que a maioria era plus de handicap

Não se tratou propriamente de uma prova de fogo para elas. Porque ambas têm apenas 13 anos e são cerca de 4,0 de handicap, as suas responsabilidades eram diminutas. O objectivo era ganhar experiência para edições futuras em que vão certamente brilhar. Aliás, nenhuma delas falou em nervosismo no tee do 1, o que talvez se deva ao facto de os campos de golfe lhes serem habitats naturais, independentemente do grau de importância do evento em que se encontram envolvidas. 

Para mais são jogadoras que, apesar da sua juventude, já se batem taco a taco com as melhores compatriotas nos escalões principais. Por exemplo, Rita, do Club de Golf de Miramar, em Vila Nova de Gaia, foi finalista das duas últimas edições da Taça Federação Portuguesa de Golfe. Em 2015, no Estela Golf Club, com 12 anos feitos dois meses antes (!), perdeu o jogo decisivo para Leonor Bessa; em 2016,no Ribagolfe 1, levou o duelo com Beatriz Themudo até ao 36.º e último buraco regulamentar. Ou seja, esteve perto de conquistar o seu primeiro major nacional acabada de completar 13 anos. 

Veja-se também como recentemente Leonor Medeiros, do clube da Quinta do Peru, levou a campeã nacional absoluta, Joana Silveira (Miramar), de 16 anos, até ao buraco 18 no duelo que protagonizaram no último single da final do Campeonato Nacional de Clubes de senhoras (Taça Nini Guedes Queiroz), perdendo apenas por 1 down neste mesmo campo do Montado.

Leonor Medeiros / © FILIPE GUERRA 

“Estava muito contente por participar no Internacional de Portugal, sempre as fui vendo jogar em edições anteriores e sempre admirei o torneio. Sabia que ia ser uma boa experiência viver aquele óptimo ambiente, à volta de muitas boas jogadoras”, afirma Leonor. “Não me sentia nervosa”, diz Rita por sua vez. “Senti que ia dar o melhor e aproveitar ao máximo aquela experiência – e foi o que fiz.”

Atendendo ao seu contexto, estiveram as duas em bom nível na primeira volta, Leonor com 79, Rita com 80. Isto num campo de par-72. No segundo dia choveu e muito o dia todo e Rita, mesmo assim, fez 81, ao passo que Leonor acabou com 86, tendo a sua volta tido a particularidade de começar com dois pares e acabar com dois pares, precisamente em momentos em que chuva dera pequenas tréguas. 

Diz Rita sobre esta segunda volta: “Acho que foi um excelente resultado para as condições que estavam, joguei bem, tentando esquecer o mau tempo, pois pensar nisso é o que mais prejudica.” 

“Tenho de me preparar melhor para estes dias chuvosos, os pormenores são muito importantes e fazem muitas vezes a diferença”, considera Leonor, que, morando em Palmela, está mais perto do Montado do que da Quinta do Peru, mas que representa este último clube porque “quando eu era muito pequenina a Cláudia viu-me jogar, gostou imenso e convidou-me a ir para lá.” Cláudia Dantas é ainda hoje a sua treinadora na Quinta do Peru e esteve no Montado a ver jogar a sua pupila.

Rita Marques / © FILIPE GUERRA 

Agora passamos para a terceira volta do torneio, aquela após a qual ficaria definida o cut para as 40 primeiras e empatadas. Naturalmente sem hipóteses de lá chegarem, Leonor voltou ao nível do primeiro dia com 80 e Rita entregou um cartão com 86 depois de se ter ido abaixo na segunda metade do campo: fez 5 bogeys, 1 triplo bogey e 1 duplo bogey do buracos do 1 ao 9 (começara do 10), ou seja, +10.

Enfim, foram duas prestações muito semelhantes, com Leonor a somar 245, 29 acima do par, e Rita 247 (+31). O cut aos 54 buracos ficou fixado em +11 e as duas portuguesas ocuparam a antepenúltima e penúltima posições, com a sensação de que poderiam ter feito bem melhor.

São amigas e Rita ficou durante o torneio em casa de Leonor. “Íamos trocando impressões sobre as situações surgidas, tentámos ajudar-nos uma à outra falando dos buracos em que tivemos mais dificuldades, para fazer avaliações do que nos estava a acontecer e tirar proveito”, conta Rita, que regressou a casa logo após a terceira volta, no sexta-feira. 

Leonor, apesar de eliminada, voltou ao Montado para assistir à última volta e a propósito da mesma relata: “Gostei imenso de ver jogar a italiana [Letizia Bagnoli] que ganhou e houve uma atitude dela que me marcou: no tee do 1, antes de bater o shot de saída, olhou para o fairway e riu-se. Eu estava à espera que sueca que é a 18.ª do mundo [Julie Engstrom] fosse dar mais luta, mas é o golfe, não foi para ela uma boa volta.”