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Lucas Herbert novamente na frente, Gouveia visa top-10
23/09/2018 07:37 HUGO RIBEIRO
Lucas Herbert com o seu caddie na terceira volta ao campo do Dom Pedro Victoria © GETTY IMAGES

Australiano joga última volta Portugal Masters em parelha com inglês Tom Lewis, campeão em 2011

grupo dos 19.º classificados, apesar de ter jogado abaixo do Par do Dom Pedro Victoria Golf Course, com 70 pancadas (-1) na terceira volta, para um agregado de 10 abaixo do Par. 

No entanto, não comprometeu inexoravelmente as suas aspirações de repetir o 5.º lugar do ano passado no mais importante torneio de golfe português, de 2 milhões de euros em prémios monetários. É certo que já não está no top-10 – ele que chegou a liderar ontem a prova durante cerca de duas horas – e distanciou-se da liderança, estando agora a 10 pancadas do australiano Lucas Herbert, que continua na frente (-19) pelo terceiro dia seguido, depois de uma penúltima volta de 64 pancadas, 7 abaixo do Par.                

Mas se virmos bem, há um ano, Ricardo Melo Gouveia partiu para a última volta ainda pior classificado, no 20.º lugar, com menos 2 pancadas, com -8, e terminou a prova no tal 5.º lugar que fá-lo partilhar com Filipe Lima a melhor classificação de sempre de um português em Vilamoura. Tudo depende de amanhã ser capaz de voltar a jogar ao nível de ontem. 

«Tenho de realizar uma grande volta amanhã, mas se continuar como tenho jogado e se meter os putts como meti ontem, sinto que tenho boas hipóteses de fazer esse 5.º lugar ou melhor», disse o atleta olímpico português, que atraiu hordas de espectadores atrás de si. 

Compreende-se que depois dos 9 birdies de ontem de Ricardo Melo Gouveia, que a volta de hoje, com apenas 1 birdie e 17 ‘pares’ possa saber a pouco ao jogador e aos fãs portugueses, mas o 19.º lugar que ocupa é melhor do que muitas das grandes estrelas da prova: Sergio Garcia é 27.º (-9), Charl Schwartzel, Danny Willett e Thorbjorn Olesen estão empatados em 35.º (-8) e estamos a falar de campeões de Majors e/ou jogadores de Ryder Cup! 

Quem ficou definitivamente arredado do único torneio português do European Tour foi Ricardo Santos. Pela primeira vez na história de 12 edições do Portugal Masters, houve um segundo cut, aos 54 buracos, para o top-72, de modo a reduzir o número de jogadores para o ultimo dia. Ora tinham passado ontem o cut 81 e Ricardo Santos terminou em 80.º empatado, a Par do campo, depois de uma terceira volta de 75 (+4). Vai receber prémio monetário, mas já não joga mais. 

«Hoje correu tudo mal. Correu mal do tee, nos greens também não estive bem, muitos putts a roçarem o buraco e a não entrarem e é verdade que também não entrei bem e depois foi como uma bola de neve e não consegui recuperar o jogo», lamentou-se o antigo bicampeão nacional, que vai agora regressar em duas semanas ao Challenge Tour, a segunda divisão europeia. 

Um segundo cut foi uma estreia no Portugal Masters, mas foi já a terceira vez que isso aconteceu esta época no European Tour, repetindo a receita do Open de Itália e do Porsche European Open na Alemanha. «É algo que se fazia raramente noEuropean Tour mas o PGA Tour já vem fazendo há algum tempo e acho que agora querem seguir mais esse exemplo na Europa. A ideia é criar um ambiente mais mediático no ultimo dia, só com aqueles jogadores que estão mesmo a jogar muitas pancadas abaixo do Par», explicou David Silva, o treinador português do jogador finlandês Kim Koivu, que está no 15.º lugar (-11). 

Este ano pensava-se que os resultados do Portugal Masters iriam ser piores, devido ao rough mais alto e a uma estirpe de relva diferente nos roughs (Bermuda), mais densa. No entanto, as estrelas que vieram ao Algarve estão a disparar birdies e eagles em cascata. 

«Nunca pensei que mesmo com as temperaturas elevadas que temos tido nos últimos dias (que fazem a bola viajar mais rápida e longe) que os resultados em três voltas estivessem tão baixos (em relação ao Par). Isto só demonstra que o nível está cada vez mais elevado», comentou Ricardo Melo Gouveia. 

Veja-se como um dia depois do recorde histórico do inglês Oliver Fisher, o primeiro a fazer 59 pancadas numa volta do European Tour, outro inglês, Tom Lewis, esteve quase a repetir a dose e ascendeu ao 2.º lugar depois de entregar um cartão de 61 pancadas (-10), a sua melhor volta de sempre no European Tour. 

«Foi ótimo o Ollie ter feito 59 ontem e eu tive oportunidade de fazer o mesmo hoje. Notei nisso quando faltavam três buracos para acabar a volta», disse Lewis, que procura tornar-se amanhã no primeiro jogador a vencer por duas vezes o Portugal Masters, depois do título conquistado em 2011. Atenção a este Lewis que está a melhorar de dia para dia, com voltas de 72, 63 e 61 e só está a 2 pancadas do líder. 

O 3.º lugar é ocupado pelo inglês Eddie Pepperell (68 pancadas hoje) e pelo sueco Marcus Kinhult (65), com 15 abaixo do Par, portanto, a 4 do topo da classificação. 

É, no mínimo, curioso verificar como este 12.º Portugal Masters, que apresenta provavelmente a segunda melhor lista de inscritos de sempre na história do torneio, está a ser dominado por jogadores que nem pertencem à elite do European Tour, a primeira divisão europeia. 

Afinal, Lucas Herbert está a jogar com um convite, pois milita no PGA Tour of Australasia. Se vencer amanhã (Domingo), ganhará automaticamente o cartão para o European Tour de 2019. Já Tom Lewis é atualmente um dos rivais de Pedro Figueiredo e Filipe Lima no Challenge Tour, a segunda divisão, na qual ganhou um torneio este mês, e só entrou no Portugal Masters com o estatuto e categoria de ex-campeão da prova. 

A quarta e última volta do Portugal Masters começa amanhã às 7h50, só há saídas do buraco 1; Ricardo Melo Gouveia arranca às 10h30 e o ultimo grupo sai ás 12h00. A cerimónia de entrega de prémios poderá realizer-se ainda antes das 17h00.